O Conselho de Administração identificou 55 espécies de aves na City Castelo. São espécies residentes, isto é, que ‘moram’ aqui, migrantes, que são principalmente espécies do Sul que no Inverno voam para lugares onde não há tanto frio, como Itu e também colonizadoras, espécies que não existiam por aqui, mas que com a oferta de alimento e aumento do número das árvores estão achando uma boa se mudarem para a City.
A informação é do presidente do Conselho, Paulo Marques, que criou a Comissão do Meio Ambiente e explica que o levantamento ainda é parcial. Apenas para comparar, na zona urbana de São Paulo vivem 372 espécies e como há muito mais verde na City, é claro que nossa avifauna deve ser maior.
Entre outras espécies, são encontradas na City o biguá, carcará, garça branca, anu-preto, alma-de-gato, coleirinha, coruja-buraqueira, sabiá-poca, joão-de-barro, jacu, urutau, sanhaço, tiziu, viuvinha, gavião quiriquiri, gralha, bem-te-ví, 10 espécies de beija-flor, 4 de pica-pau, 2 de andorinha e 4 de pombas.
As pombas, por exemplo, são columbídeos. A Rolinha-cauda-de-feijão, é a menor de todas, depois há a Zenaida-auriculata, que quer dizer ‘pequena orelha’, porque tem uma mancha preta do lado da cabeça, a Fogo-apagou, que é mais frequente ouvir seu canto onomatopaico do que ver o bicho e a maior de todas, a Asa-branca, da música do Luiz Gonzaga, que é típica do Nordeste, mas que com a redução da Mata Atlântica e o aumento de áreas abertas e capinzais veio ‘colonizar’ nossa região.
A maritaca, um periquito grandão também é colonizadora. Bandos dessas aves viviam do outro lado da estrada, na sede da Fazenda Steca, mas quando as palmeiras jerivá começaram a ser plantadas nos lotes da City migraram para cá, pois se alimentam dos coquinhos adocicados. De quebra, começaram a nidificar no forro das casas onde às vezes usam seu bico fortíssimo para cortar fios elétricos.... com resultado previsível.
Os tucanos, poucos por enquanto, vem à City como migrantes sazonais. Um pesquisador conta que eles vivem na mata da Serra do Mar, mas também passaram a curtir nosso residencial por causa das amoreiras, jaboticabeiras e pitangueiras que abundam nos lotes.
Migrantes também são os chopins, que com falta de semente de capim no Sul, devido ao Inverno, vem se alimentar por aqui e põem os ovos nos ninhos dos tico-ticos e pardais, que acabam tendo de criar os filhotes alheios. Essa ‘esperteza’ de deixar os ovos nos ninhos alheios é típica de todos os cuculídeos, família que engloba o chopim e o cuco europeu, mais conhecido por seu parente mecânico, que canta as horas nos antigos relógios de parede.
O frio traz também os irerês, marrequinhos com a característica mancha branca na face. Como os ornitólogos colocaram anilhas na perninha dos irerês da Argentina e alguns foram capturados por aqui, foi possível identificar de onde vieram, embora essas aves não falem portunhol, mas só ‘irerê’. É esse grito que dão no final de tarde, quando em bando ficam voando em volta do lago, perto do Clube.
Também no final de tarde e começo da noite aparecem os curiangos que, com frio, pousam sobre o asfalto no meio das ruas, lugar mais quente, e só levantam vôo quando um carro se aproxima. São noturnas também as corujas-buraqueiras que viviam num cupinzeiro na ‘praça da Coruja’ mas que, talvez por insônia não conseguiam dormir durante o dia e ficavam espiando os carros, mas atualmente se mudaram para novo endereço.
A City tem muito mais aves, que ainda não foram identificadas e certamente muito mais histórias. Quem quiser ajudar o trabalho do Conselho da Administração, pode pegar um guia de campo das aves brasileiras, da ‘Avis Brasilis’, por exemplo, e começar a ticar as espécies, os dias e locais em que foram vistas. Um dos guias é obra do Tomas Sigrist, que por sinal morou em Itu e usou informações sobre aves da City, pois é amigo de alguns dos moradores.
Publicação do Conselho de Administração
Por @bebeto